terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fiódor Dostoiévski e os Cadernos do Subterrâneo

O primeiro livro que li de Dostoiévski. Tenho a certeza que não será o último.
Este livro divide-se em duas partes: a primeira parte mais filosófica e a segunda mais activa.
A escrita de Dostoiévski flui, é necessário ter algo de urgente para fazer para conseguir parar de ler.
Em Cadernos do Subterrâneo pode perceber-se o quanto somos frágeis, dependentes da sociedade em que estamos inseridos, e do quanto as nossas falhas de personalidade podem magoar os outros.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As lojas de canela de Bruno Schulz

As lojas de canela de Bruno Schulz é um livro que trata um ambiente muito confuso. Foi difícil para mim chegar ao fim deste livro. Fica-me a lembrança de um narrador que fala das loucuras do seu pai numa casa sombria onde parece habitar toda a gente.
Bruno Schulz foi um escritor polaco, do século XIX, morto pela Gestapo com um tiro na nuca.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Banqueiro Anarquista

As férias são essencialmente ocupadas com os livros. Aqueles que me interessam ler, os que são sugeridos e, às vezes, aqueles que por acaso se cruzam comigo.
Apesar de conhecer um bocadinho a Obra de Fernando Pessoa nunca tinha lido O Banqueiro Anarquista. Foi-me sugerido.
É um livro que nos fala de tiranias, de ficções sociais, de fragilidades e defeitos. Não somos suficientemente capazes de, individualmente, ou em grupo lutarmos por uma sociedade livre, de conceitos, preconceitos e injustiças sociais. Somos, no máximo, teóricos anárquicos!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Diabo de Marina Tsvietaieva

Marina Tsvietaiva é uma escritora russa nascida em Moscovo a 26 de Setembro de 1892.
O livro O Diabo foi escrito entre 1933 e 1935 num período em que a escritora vivia em Paris. Composto por 6 narrativas transporta-nos, através do que escreve sobre a sua infância, para a nossa própria infância. A descrição destes episódios autobiográficos, com extrema sensibilidade e enorme acerto, parece encaixar na infância de cada um de nós, no que são os aspectos essenciais do crescimento e da formação da personalidade. Consigo rever-me nas suas "personagens" e consigo rever o meu perímetro de crescimento (círculo de relacionamentos). Este é um livro sobre a infância, transversal, independente do século e do país, do quando e do onde.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O coração das trevas de Conrad

Este foi o primeiro livro que li de Joseph Conrad.
É um livro que nos faz pensar na pessoa que poderíamos ser se vivessemos em condições adversas onde o limite do que é humanamente suportável é testado a cada passo.
Se tivesse de falar neste livro talvez considerasse que o mais importante seria o acto de compaixão final ("A última palavra que ele pronunciou foi...o seu nome.")
Faço aqui um paralelismo com uma passagem que acontece no livro Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago quando o cão se aproxima da mulher (a única que não cegou) e lhe lambe o rosto como se fosse um abraço forte a uma pessoa que sente que já nada importa. Saramago chegou a dizer que esse seria o momento que escolheria para resumir a sua obra.
Neste livro de Conrad esse momento fecha o livro.
Esta edição é de 2009 da Dom Quixote. António Lobo Antunes escreve no prefácio "... O coração das trevas um altíssimo e terrivel livro cheio de portas por onde entrar e nenhuma para sair...".

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quem está ao pé dele está só ao pé dele

Podia ter escolhido outro poema ou outro heterónimo...mas seria necessariamente Pessoa, Fernando.
Esta escolha foi a escolha para este dia que representa, no fundo, a minha escolha de todos os dias...vividos sempre com uma intenção primeira: valorizar o simples.

"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo do que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veêm em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal,
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior do que o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Nunca ninguém pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."

Alberto Caeiro

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Pele da Cultura de Derrick de Kerckhove

Foi através do professor João Paraskeva (meu professor de Mestrado) que descobri este livro.
O professor Paraskeva recomendou-nos alguns livros para leitura e propôs que realizássemos uma resenha de um deles. Eu escolhi "A Pele da Cultura" de Kerckhove.
Numa época em que somos bombardeados diariamente com a palavra tecnologia (o Magalhães, o TGV, o novo aeroporto,...um Plano Tecnológico que equipa as escolas para o século XXI...) deveríamos pensar melhor no modo como estámos a colocá-la ao nosso serviço.
Kerckhove fala da tecnologia como uma extensão do nosso corpo e dos nossos sentidos. Neste livro podemos conhecer a sua evolução ao longo do tempo.
Do meu ponto de vista considero que fica a faltar fazermos alguma coisa. Se somos cada vez mais "Tecnologicamente evoluídos" como é que ainda não fomos capazes de equilibrar o grande fosso (cada vez mais fundo) que existe entre nós (Os Seres vivos de todo o Mundo)?