quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quem está ao pé dele está só ao pé dele

Podia ter escolhido outro poema ou outro heterónimo...mas seria necessariamente Pessoa, Fernando.
Esta escolha foi a escolha para este dia que representa, no fundo, a minha escolha de todos os dias...vividos sempre com uma intenção primeira: valorizar o simples.

"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo do que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veêm em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal,
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior do que o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Nunca ninguém pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."

Alberto Caeiro

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Pele da Cultura de Derrick de Kerckhove

Foi através do professor João Paraskeva (meu professor de Mestrado) que descobri este livro.
O professor Paraskeva recomendou-nos alguns livros para leitura e propôs que realizássemos uma resenha de um deles. Eu escolhi "A Pele da Cultura" de Kerckhove.
Numa época em que somos bombardeados diariamente com a palavra tecnologia (o Magalhães, o TGV, o novo aeroporto,...um Plano Tecnológico que equipa as escolas para o século XXI...) deveríamos pensar melhor no modo como estámos a colocá-la ao nosso serviço.
Kerckhove fala da tecnologia como uma extensão do nosso corpo e dos nossos sentidos. Neste livro podemos conhecer a sua evolução ao longo do tempo.
Do meu ponto de vista considero que fica a faltar fazermos alguma coisa. Se somos cada vez mais "Tecnologicamente evoluídos" como é que ainda não fomos capazes de equilibrar o grande fosso (cada vez mais fundo) que existe entre nós (Os Seres vivos de todo o Mundo)?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Crónica do Pássaro de Corda de Haruki Murakami

Terminei hoje de ler o livro Crónica do Pássaro de Corda.
Posso dizer que são 632 páginas de uma escrita não linear, criativa, evasiva e profunda.
Murakami personifica, numa pessoa única, um bocadinho de todos nós.
Este livro ganhou o prémio Yomiuri e é considerado a obra prima do autor.
The Washington Post refere Murakami como «respirando jazz, divertido e melancólico, Murakami é inteiramente um escritor do Japão moderno, nostálgico e de um idealismo em extinção».

Outras obras do Autor (publicadas pela Casa das Letras):
Sputnik meu amor;
Kafka à beira mar;
Em busca do Carneiro Selvagem;
Dança, Dança, Dança;
A rapariga que inventou um sonho;
After Dark Passageiros da noite


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As minhas leituras...

Como não consigo listar os livros que li por ordem cronológica (de leitura) estive a pensar que poderia realizar uma listagem pelo grau de importância de cada um na minha vida. De novo a tarefa revelou não ser fácil. Estes livros estão ligados a diferentes estádios da minha vida e a importância de cada um ficou retida nesse tempo/momento.
Então pensei...e porque não pela ordem em que estão organizados na estante?

Aqui vai

Os passos em volta de Herberto Hélder;
Equador de Miguel Sousa Tavares;
Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago;
Cruz das Almas de Patrícia Reis;
Memória das minhas putas tristes de Gabriel Garcia Marques;
O livro dos homens sem luz de João Tordo;
Terra Sonâmbula de Mia Couto;
O último voo do flamimgo de Mia Couto;
Ninguém morre sozinho de Daniel Sampaio;
Vagabundos de nós de Daniel Sampaio;
Amor e dedinhos de pé de Henrique de Sena Fernandes;
Cisnes Selvagens de Jung Chang;
O lado Selvagem de Jon Krakaeur;
Os excluídos de Elfriede Jelinek;
As cinzas de Ângela de Franck McCourt;
Paula de Isabel Allende;
A Pomba de Patrick Süskind;
A História do Senhor Sommer de Patrick Süsking;
O Perfume de Patrick Süsking;
Zen e a arte do tiro com arco de Eugen Herrigel;
O retrato de Dorien Gray de Óscar Wilde;
Contos de Óscar Wilde;
Nada de Carmen Laforet;
As velas ardem até ao fim de Sándor Márai;
Cem anos de Sólidão de Gabriel Garcia Marques;
Boneca de luxo de Truman Capote;
Siddhartha de Hermann Hesse;
Apocalipse nau de Rui Zink;
Antes que anoiteça de Reinaldo Arenas;
Rio Pedra de Paulo Coelho;
Verónica decide morrer de Paulo Coelho;
Capitães da areia de Jorge Amado;
O código da Vince de Dan Brown;
O dom de voar de Richard Bach;
Ilusões de Richard Bach;
Fernão Capelo Gaivota de Richard Bach;
Os Maias de Eça de Queirós;
A Mensagem de Fernando Pessoa;
Poesia de Alberto Caeiro de Fernando Pessoa;
Poesia de Alvaro de Campos de Fernando Pessoa;
A Insustentável leveza do ser de Milan Kundera;
O ceú que nos protege de Paul Bowles;
Viagens na minha terra de Almeida Garrette;
Pequenique no Paraíso de Frank Ronan;
A morte de um herói de Frank Ronan;
Lovely de Frank Ronan;
A Pele da Cultura de Derrick Kerckcove.
(e outros que ficaram perdidos no tempo...)

com a limpeza do pó...talvez na próxima semana a sequência já não seja esta!